Eduardo Antunes
Administrador executivo da Glintt Global e responsável pela Glintt Life Hospitals.
O ecossistema de saúde encontra-se no centro de uma transformação profunda e inevitável, impulsionada pelas mudanças demográficas e pelas inovações tecnológicas. Desafios como o envelhecimento da população, aumento de doenças crónicas, eventual aparecimento de novas pandemias, falta de profissionais de saúde, entre outros, estão a contribuir para a existência de uma enorme pressão no setor, quer em Portugal, quer em outros países.
Desta forma, a utilização da tecnologia emerge como um pilar central nesta realidade e não deve ser encarada apenas como uma ferramenta, mas como uma necessidade.
Automatizar processos e digitalizar operações irá permitir que os profissionais de saúde se concentrem no atendimento ao paciente, proporcionando um cuidado mais personalizado e eficiente, e melhorando a sua qualidade de vida, autonomia e bem-estar. Por outro lado, a inovação em tecnologia também aumenta a produtividade e a eficiência das instituições de saúde, contribuindo para uma gestão mais eficaz.
A digitalização dos serviços de saúde já trouxe benefícios significativos até à data. No entanto, ao assegurar cuidados de qualidade acrescida, de forma integrada e inteligente, as novas tecnologias – como a integração da inteligência artificial, a introdução de novos mecanismos de interoperabilidade entre organizações e países, ou o aumento da análise de dados – assumem o potencial de criar um novo paradigma no setor da saúde, onde as mais recentes inovações tecnológicas concorrem para assegurar um serviço mais humano e ainda mais próximo, capaz de dar uma resposta cada vez mais ágil a desafios cada vez mais complexos.
Num futuro próximo, a inteligência artificial e a análise de dados serão consolidadas como ferramentas essenciais para a tomada de decisão clínica baseada em evidências, personalização de tratamentos e otimização de recursos. Isso não só melhorará os resultados de saúde, como também a eficiência operacional de hospitais, clínicas e farmácias, bem como a consequente otimização de custos.
É importante criar um verdadeiro paradigma de saúde conectada. Uma saúde conectada que se baseie no desenvolvimento de ecossistemas digitais integrados, assentes em tecnologias como Inteligência Artificial, Machine Learning e Internet das Coisas Médicas (IoMT), de modo a potenciar a análise de dados de saúde e a capacidade de análise preditiva, onde a telemedicina, a telefarmácia, assistência remota e a medicina personalizada serão uma realidade, promovendo uma revolução digital e o surgimento de novos modelos de negócio, com mais opções de assistência num único lugar, numa evolução verdadeiramente centrada no paciente.
A comunicação e integração de diferentes sistemas de informação, de forma transparente e com recurso a linguagem e protocolos comuns, irão permitir a partilha de informações de forma segura e eficiente, para que profissionais possam aceder em tempo real à informação clínica dos pacientes e os pacientes possam consultar os seus dados clínicos, comodamente, onde, como e quando pretenderem.
Na Glintt Life, o nosso lema é “care for tomorrow”. Inspirados nesse lema, temos vindo a desenvolver uma arquitetura flexível de micro-serviços de modo a responder a fluxos de trabalho complexos e personalizados, que aborda as necessidades de cada cliente, oferecendo soluções modulares, escaláveis, de acesso ágil e rápida resposta.
Entre esses serviços destacam-se, por exemplo, sistemas de apoio à decisão na área do circuito do medicamento, a gestão digital de dados, de refeições ou de dietas hospitalares, soluções de otimização de um hospital de dia, soluções de monitorização de pacientes em tempo real nos cuidados intensivos, ou a automatização da gestão hospitalar, entre muitos outros.
Trata-se de uma arquitetura abrangente e personalizável, agregadora de informação, com soluções próprias e de parceiros que atuam no ecossistema da saúde, e que garante um sistema de saúde interconectado que estabelece elos digitais entre todos os intervenientes do ecossistema hospitalar. É uma plataforma que estará sempre em constante evolução, com a incorporação regular de novos serviços e soluções.
Acreditamos que este paradigma de saúde conectada será a verdadeira transformação digital do sector, em que todos os intervenientes, quer entidades públicas, quer entidades privadas, devem ter um papel muito participativo. Esperemos que o caminho de inovação que estamos a percorrer continue a colocar o ser humano no centro de toda a experiência, melhorando vidas e, consequentemente, contribuindo para melhorar e transformar toda a sociedade.
Fonte: Bamberg Health