Tecnológica diz que a recente aquisição da Prológica não só “vai marcar a Glintt Life”, como também “mudar o panorama da gestão de dados no setor hospitalar em Portugal”. A Prológica dedica-se a criar e implementar soluções tecnológicas baseadas em dados
A Glintt Global adquiriu 100% do capital da Prológica – Sistemas Informáticos, uma compra que descreve como “um passo estratégico fundamental” no objetivo de “assumir, de forma clara, a liderança no setor de dados da saúde” em Portugal e em Espanha.
“Juntarmos a Prológica com a Glintt Life permite posicionar-nos como o principal ‘player’ nesta área em Portugal e um dos principais em Espanha”, diz o CEO da Glintt Global, Luís Cocco, ao Negócios, sem adiantar o valor da aquisição.
A Prológica, criada em 1984, é “reconhecida pela sua experiência em soluções inovadoras na área de dados para a saúde” e “embora não seja muito grande, ao contrário da Glintt Life, que faz todo o tipo de soluções para o setor hospitalar, só trabalha dados na saúde”, aponta Luís Cocco, arriscando mesmo dizer que, “do ponto de vista estratégico, é uma aquisição que vai marcar a Glintt Life, porque é uma área de ponta, que vai crescer muito” e que “vai mudar o panorama da gestão de dados no setor hospitalar em Portugal”.
A Glintt Life vai incorporar o universo de aproximadamente 30 trabalhadores da empresa com sede em São João da Madeira, considerando que “o seu valor está tanto nas soluções tecnológicas como no ‘know-how’” das suas pessoas: “Vamos juntar as da Prológica às da Glintt Life que atuam nesta área para criar uma superequipa para este tema dos dados na saúde”.
“Este tema é extremamente crítico, porque a boa e eficaz utilização dos dados em saúde é altamente criadora de valor quer para as instituições, quer para os pacientes”, sublinha Luís Cocco, puxando de um caso prático: “Pode permitir, por exemplo, que um bloco operatório seja muito mais otimizado e que assim seja capaz
“[Estamos a] ajudar os hospitais a utilizarem os dados para serem mais produtivos. Luís Cocco
de realizar mais cirurgias”. E, se por um lado, “há uma vantagem muito grande para os hospitais”, que “por vezes têm dificuldade em dar resposta”, por outro, “também o é para os pacientes, porque as listas de espera vão diminuir”. “Essa resposta não tem necessariamente que ser dada com mais recursos, mas com uma melhor organização dos mesmos – e é aí que nos estamos a posicionar”, ou seja, “em ajudar os hospitais a utilizarem os seus dados para que, no fundo, possam ser mais produtivos”.
A Prológica trabalha com vários hospitais públicos e privados em Portugal, tendo registado um volume de negócios de 614 mil euros em 2023, segundo dados facultados pela Informa D&B ao Negócios. O Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil figura como uma das entidades com as quais celebrou um contrato público recentemente. Em 2024, foi adjudicatária de uma dezena de outros firmados com várias unidades locais de saúde (do Oeste, de Coimbra, da Arrábida ou do Alto Minho), mas também com serviços partilhados do Ministério da Saúde, de acordo com a informação da consultora.
Luís Cocco admite mais compras, como forma de a Glintt Global “crescer mais depressa”: “Queremos acelerar o nosso crescimento e a nossa aquisição de competências para sermos mais competitivos e estamos atentos a mais oportunidades que possa haver em Portugal e Espanha”.
Depois de ter fechado os primeiros nove meses de 2024 com lucros na ordem dos 3,8 milhões de euros, a Glintt Global estima “apresentar os melhores resultados líquidos da sua história” quando divulgar as contas do exercício completo, superando o marco de 4,2 milhões de euros em 2008, ano em que consolidou a Consiste com a Pararede.
A Glintt Global renovou, no início do ano passado, a sua identidade corporativa, passando a designar-se Glintt Global, um chapéu sob o qual figuram duas submarcas: a Glintt Life para o mercado da saúde (presente nos hospitais e nas farmácias em Portugal e em Espanha) e a Glintt Next para o mercado das indústrias especializadas, como telecomunicações, serviços financeiros, energia e administração pública e que corporiza a consultora tecnológica multissetorial.
Fonte: Jornal de Negócios